Olha, cada um vê o mundo a sua maneira.
Talvez você tenha um jeito muito mais simples de vê-la.
Entretanto, eu só sou permitida a falar da minha leitura de mundo.
Nunca vou adivinhar a sua.
Muita tristeza me fez sair do computador.
Fui correndo com a música para meu refúgio onde deitei e procurei por mim.
Engraçado, meu "eu" tem você.
Não quero que seja assim.
Um mais um é igual a dois.
Foi assim que me ensinaram.
Será que eu não sei mais contar?
A intimidade faz "um mais um" ser igual a "um só".
Não vou falar disso agora.
Vou falar de mim. Do meu
um.
Eu espero por você. E meu esperar é diferente do seu.
Meu esperar contou os dias, não conta mais.
Meu esperar senta horas a suspirar.
Meu esperar sonha com ilusões que tem esquecer.
Tá, você não é igual a mim.
Não te cobrei isso momento algum.
Só sei que eu deitei. Por mais de uma hora.
Saí de mim, catei os cacos e sentei de novo.
Já estão todos colados.
Urgência por falar. Tem muita coisa ainda entalada na garganta!
Não quero perguntar se isso tudo vale a pena.
Isso já tem resposta.
Eu quero presença. Mais sutil, mais simples.
Quem disse que para estar presente é preciso dizer que ama?
Quem disse que para estar presente é preciso falar?
Estar é presença.
Se eu não puder mais contar com você, contarei comigo.
"Comigo" nunca me larga. Graças a Deus.
Eu não preciso de você, nem de ninguém, pra ser feliz.
Acho que você já sabe disso.
Isso não quer dizer que eu não precise de você.
Sinto sua falta.