Leitores do Mundo ao Meu Redor

domingo, 31 de agosto de 2008

We are all fools on the Hill

Solidão é devastador. Tem gente que não acredita que exista solidão no meio de gente. Sim, existe. Neste mundo há um pouquinho de tudo que você possa imaginar. Só pelo fato de você imaginar, isso já existe. É a realidade do pensamento de René Descartes.
Tudo é uma questão de crença. Precisamos ficar sozinhos. Precisamos de companhia. Equilíbrio é palavra chave na vida.


"Once there was a way to get back homeward...
Once there was a way to get back home.
Sleep, pretty darling: do not cry.
And I will sing a lullaby".
(Lennon/McCartney)
You've got to carry that weight... a long time!
"And in the end, the love you take is equal to the love you make".
(Lennon/McCartney)

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

crônica de Paulo Sant'ana

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer... Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!
PAULO SANT'ANA
Cronista do jornal Zero Hora
Texto re-publicado no dia 15/01/2007,
no jornal Zero Hora
Quanto a frase que às vezes aparece no final:"A gente não faz amigos reconhece-os*!"
Nota*: “A gente não faz amigos, reconhece-os.”
"One does not make friends. One recognizes them." (Garth Henrichs)
Segundo a comunidade do orkut: Afinal, quem é o autor?
O texto do Paulo Sant'Ana não tinha essa frase no final, foi acrescentado por algum repassador!

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Provérbio Iraniano

"A Verdade é um espelho que caiu das mãos de Deus e se quebrou.
Cada um recolhe um pedaço e diz que toda a verdade está naquele caco"

terça-feira, 26 de agosto de 2008

“Não devemos ter medo dos confrontos…
Até os planetas se chocam
e do caos nascem as estrelas.”

Charles Chaplin

Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E então, pude relaxar. Hoje isso tem um nome ... Auto- estima.

Quando eu me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades. Hoje sei que isso é ... Autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que aconetceu contribui para o meu crescimento. Hoje chamo isso de.. Amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo. Hoje sei que o nome disso é... Respeito.

Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável. Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje sei que se chama.. Amor-próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro. Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.Hoje sei que isso é ... Simplicidade.

Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei menos vezes. Hoje descobri a ... Humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me matenho no presente, que é onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepciona. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada. Tudo isso é... Saber viver!!!

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Fala... Escute...

Eu não sei dizer
Nada por dizer
Então eu escuto
Se você disser
Tudo o que quiser
Então eu escuto

Se eu não entender
Não vou responder
Então eu escuto
Eu só vou falar
Na hora de falar
Então eu escuto...

Secos & Molhados

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Dalai Lama e o AMOR


Se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior. Estas atitudes se refletirão em mudanças positivas no seu ambiente familiar. Deste ponto em diante, as mudanças se expandirão em proporções cada vez maiores. Tudo o que fazemos produz efeito, causa algum impacto. Se existe amor, há também esperança de existirem verdadeiras famílias, verdadeira fraternidade, verdadeira igualdade e verdadeira paz. Se não há mais amor dentro de você, se você continua a ver os outros como inimigos, não importa o conhecimento ou o nível de instrução que você tenha, não importa o progresso material que alcance, só haverá sofrimento e confusão no cômputo final. O homem vai continuar enganando e subjugando outros homens, mas insultar ou maltratar os outros é algo sem propósito. O fundamento de toda prática espiritual é o amor. Que você o pratique bem é meu único pedido.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Obrigada, Lena!

Lin Yutang – last words

There is a law of natural rhythm which governs our body from childhood and youth to old age and decay and death. There is a beauty in growing old gracefully. One of my most quoted remarks is what I said about the "Song of Autumn."

There comes a time in our lives, as nations and as individuals, when we are pervaded by the spirit of early autumn, in which green is mixed with gold and sadness is mixed with joy, and hope is mixed with reminiscence. There comes a time in our lives when the innocence of spring is a memory and the exuberance of summer a song whose echoes remain faintly in the air, when as we look out on life, the problem is not how to grow but how to live truly, not how to strive and labor but how to enjoy the precious moments we have, not how to squander our energy but how to conserve it in preparation for the coming winter. A sense of having arrived somewhere, of having settled and having found out what we want. A sense of having achieved something also, precious little compared with its past exuberance, but still something, like an autumn forest short of its summer glory, but retaining such of it as will endure.

La Mar é vida

“As aves têm uma vida mais dura do que a nossa, excetuando as aves de rapina e as mais fortes. Por que existiriam aves tão delicadas e tão frágeis, como as andorinhas-do-mar, se o mar pode ser tão violento e cruel? O mar é generoso e belo. Mas pode tornar-se tão cruel e tão rapidamente, que aves assim, que voam mergulhando no mar e caçando com as suas fracas e tristes vozes, são demasiado frágeis para enfrentá-lo.”

"Agora não é o momento de pensar naquilo que você não tem. Pense antes no que pode fazer com o que tem."

“... e julgou que talvez já estivesse morto. Juntou as mãos e sentiu as palmas. Não estavam mortas e podia sentir a dor da vida ao abri-las e fechá-las. Encostou-se para trás de encontro à popa e verificou que não estava morto. Os ombros diziam-lhe bem, com a dor que irradiavam.”

O Velho e o Mar - Ernest Hemingway

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Fernando Pessoa

"Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final... Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu.... Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora... Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do 'momento ideal'. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará! Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és.. E lembra-te: Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão''.

domingo, 10 de agosto de 2008

O Silêncio de muitos...

"Quieto significa em paz. Tranquilidade. Estar quieto é baixar o volume da vida.
'O silêncio é pressionar o botão para desligar. Desligar tudo.
'O silêncio de Sohrab era o silêncio auto-imposto daqueles que têm convicções, daqueles que protestam, que tentam defender a sua causa recusando-se a falar. Era o silêncio de quem se escondeu no escuro, dobrou todas as bordas e as prendeu, bem enfiadas nos cantos, como se faz com um lençol." (pp355-356)

HOSSEINI, Khaled. O caçador de pipas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.

sábado, 9 de agosto de 2008

frase de J. Campbell

"Dizem que o que procuramos é um sentido para a vida. Penso que o que procuramos são experiências que nos façam sentir que estamos vivos"

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

"Deve-se ler pouco e reler muito. Há uns poucos livros totais, três ou quatro, que nos salvam ou que nos perdem. É preciso relê-los, sempre e sempre, com obtusa pertinácia. E, no entanto, o leitor se desgasta, se esvai, em milhares de livros mais áridos do que três desertos."

NELSON RODRIGUES

Ver e Enxergar

Vista cansada - Otto Lara Resende

Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa idéia de olhar pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.

Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.

Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.

Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima idéia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.

Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.

Texto publicado no jornal “Folha de S. Paulo”, edição de 23 de fevereiro de 1992.

sábado, 2 de agosto de 2008

By Zeca Baleiro e seu violão

Baby! I'm so alone
Vamos pra Babylon!
Viver a pão-de-ló
E möet chandon
Vamos pra Babylon!
Gozar!
Sem se preocupar com amanhã
Vamos pra Babylon
Baby! Baby! Babylon!...
Comprar o que houver
Au revoir ralé
Finesse s'il vous plait
Mon dieu je t'aime glamour
Manhattan by night
Passear de iate
Nos mares do pacífico sul...
Baby! I'm alive like A Rolling Stone
Vamos pra Babylon
Vida é um souvenir Made in Hong Kong
Vamos pra Babylon!
Vamos pra Babylon!...
Vem ser feliz
Ao lado deste bon vivant
Vamos pra Babylon Baby! Baby! Babylon!...
De tudo provar Champanhe, caviar, Scotch, escargot, rayban
Bye, bye miserê!
Kaya now to me O céu seja aqui Minha religião é o prazer...
Não tenho dinheiro Pra pagar a minha yoga
Não tenho dinheiro Pra bancar a minha droga
Eu não tenho renda Pra descolar a merenda
Cansei de ser duro Vou botar minh'alma à venda...
Eu não tenho grana Pra sair com o meu broto
Eu não compro roupa Por isso que eu ando roto
Nada vem de graça Nem o pão, nem a cachaça
Quero ser o caçador Ando cansado de ser caça...